domingo, 16 de maio de 2010

A novela abrindo os horizontes da cidadania

O horário nobre das TVs é um dos mais disputados pelas emissoras por haver um maior contingente de telespectadores em casa _ o público assiste à TV após  um dia inteiro de trabalho e se prepara para dormir. Portanto, a programação tem uma especial atenção com este horário.
Brasileiro gosta das novelas, senão as emissoras não investiriam tanto nos folhetins. O povo aprecia os personagens, mesmo se o enredo for parecido com as obras anteriores. Mas há algo que começou a diferenciar uma novela da outra, dando mais identidade às obras e levando a informação aos lugares mais inóspitos e longínquos do país _ o merchandising social.
O merchandising social, segundo a ANDI _ Agência de Notícias dos Direitos da Infância _ define o termo como sendo a inserção intencional, sistemática e com propósitos definidos, de questões sociais e mensagens educativas nas tramas das telenovelas e outros programas de TV.  
No caso da novela "Viver a Vida" do autor Manoel Carlos, a abordagem da deficiência física com a sua evolução desde o acidente foi muito bem costurada com a trama e mostrou, de maneira simples e sem exageros, a vida da personagem Luciana (interpretada por Alinne Moraes).


A novela, se bem aplicada, é muitas vezes a única fonte de informação das pessoas que não têm acesso à escola, Internet ou mesmo desconhecem  a leitura.
O conceito de que o deficiente físico é um ser incapacitado para a vida com certeza mudou na cabeça de muitos brasileiros que passaram a conhecer de perto as dificuldades e as superações no dia a dia dessas pessoas.
A trama do Manoel Carlos contribuiu não só para mudar a visão de muita gente, mas também para a melhoria da infraestrutura das vias públicas e dos espaços comerciais para o acesso dos cadeirantes. Muitas pessoas que não se atentavam para o problema agora vão cobrar dos governantes ações para a melhoria das condições de vida dos deficientes físicos.
É a novela tão criticada por alguns e tão adorada por outros contribuindo para abrir os horizontes da cidadania.

4 comentários:

  1. Realmente, a inserção de problemas sociais nas novelas é benéfica, principalmente a quem a tem como praticamente único meio de entretenimento.

    O que me preocupa, porém, é: se aceitamos que a novela influencia com essas inserções, temos de admitir também que influencia com qualquer outro tipo de conteúdo que apresente,inclusive os menos louváveis. Um folhetim não poderia ter tamanha responsabilidade: ele não tem umcomprometimento formal com este fim.

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  2. com certeza mudou a cabeça de mta gente,inclusive a minha, tenho outro olhar sobre os deficientes agora...

    http://nikomoska.blogspot.com/

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  3. É, Silly, vc tem razão. Como vc afirmou, é uma pena a maioria dos brasileiros não ler _ ou porque têm preguiça ou porque não sabem.
    Sua preocupação é pertinente e merece mais atenção porque as novelas também transmitem coisas ruins.
    Obrigada pelo comentário!

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  4. Eu acho interessante esse tipo de merchandising, mas ainda acredito que se programas com maior valor cultural, capazes de acrescentar valores realmente necessários à nossa vida, fossem postos no horário nobre, teríamos a formação de mentalidades bem mais ricas hoje em dia.
    Poucas pessoas são capazes de distinguir o conteúdo útil e o inútil em uma novela desse estilo.

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